sábado, 25 de dezembro de 2010

CIDADE DAS ESCOLAS – OS PRIMEIROS MESTRES


No século passado não existia em Bom Conselho alguém ou escola responsável pela educação masculina, pois as famílias de posses recorriam as escolas das cidades vizinhas e até das capitais de Maceió e Recife. As moças já contavam com a existência do colégio N. Sra. Do Bom Conselho. Muitos rapazes pobres recorriam aos seminários pelo fato de ser mais cômodo, pois ali tinham a moradia, a educação, tudo isso, gratuito. Foi por estes motivos que muitos rapazes estudavam nos seminários e após os estudos concluídos renunciavam a vida religiosa.

No final do século passado, surgiu um professor que veio mudar o destino dos rapazes da nossa terra.
Mestre Laurindo Seabra era professor muito severo, que ensinava aos meninos e rapazes a ler. Seguia a metodologia de que” a letra com sangue entra” e a cada erro seja tabuada, nas argüições, nas sabatinas, recorria da velha palmatória, dos castigos ajoelhados sobre sementes de milho e outros. Segundo Arthur Carlos Villela, em suas memórias, “ele dava aulas de caroulas compridas e suspensórios”. Nos dias de domingo, segundo o senhor Barretinho, “ trajava – se de paletó, chapéu de massa e bengala, quando ia a missa.” Foram muitos anos de luta para professor de renome, pois dentre seus alunos destaca –se o Dr. Agamenon Magalhães, e num gesto de gratidão homenageou o velho mestre com a construção do grupo que trás seu nome.
Faleceu em 1936, nosso herói, após um trabalho de muita dedicação, semeando o saber em muitas crianças, que mais tarde se destacaram na vida pública de Bom Conselho.
É este mesmo período a participação valiosa da Mestra beatriz, figura humana que encarou a educação como uma missão. Em suas aulas utilizava de carinho, dedicação e honestidade profissional. O ano letivo em sua escola, iniciava – se no dia 03 de janeiro e terminava ás vésperas do natal.
De muita religiosidade, tocava órgão na igreja, pertencia ao apostolado da oração da igreja Matriz e nas missas entoava os hinos e benditos.
Com o seu método e ao som da cantoria do Bê-á-bá, alfabetizava, recitava a tabuada e tirava os “nove-fora ”.
Foi uma verdadeira mãe- mestra de seus alunos e obrigava – os, todos os dias ao entrar e ao sair da escola, dar-lhe a benção.
Faleceu entre 1932 e 1933, com mais de sessenta anos de idade.
Em 1968 recebeu do programa “aliança para o progresso”, onde americanos e brasileiros unidos, investiram em educação e saúde, a justa homenagem de ter um grupo escolar com o seu nome.

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